domingo, 31 de maio de 2015

SOLIDÃO

     Cresci numa família grande e unida, dessas que comemora todos os aniversários, inclusive os dos cachorros e dos coqueiros, tudo pra ficar juntos, e assim eu cresci, cercado de amigos e familiares, após a morte de nossa matriarca, minha vó Zabel, mulher forte, vaidosa, um amor de pessoa, tudo começou a mudar, as festas rarearam, e nos afastamos um pouco, e eu na estrada, cada vez mais isolado, porém rodeado por amigos e parceiros do trade turístico, um dia, numa viagem de Réveillon à Natal, eu adoeci de pancreatite, e parei de viajar, e a vida seguiu seu curso, algum tempo depois minha mãe adoeceu, e foram dois anos de luta contra um câncer de pulmão, ela faleceu em abril de 2014. Minha família continua se amando mutuamente, mas se reunindo só em casamentos ou funerais, perdi boa parte dos "amigos" quando parei de beber, quando minha vida financeira decaiu, perdi outra parte, hoje em dia minha vida se resume a trabalhar num escritório da família, e a dormir, saio pouco, e minhas amizades são raras, quando falo amigo, é sobre aquelas pessoas que são para todas as horas, na alegria e na tristeza, enfim, isso é mais um desabafo que uma crônica, como diz meu filho de nove anos, "tá chato", finais de semana curtidos na cama, tem é piorado.

Nenhum comentário:

Postar um comentário