sábado, 28 de março de 2015

SÍTIO MAROCA

     Minha família tem um sítio no município de Cascavel, aqui, próximo à Fortaleza, e quando eramos mais jovens íamos muito lá, passávamos fins de semana e feriados, huuuuum, são tantas lembranças boas, Siriguela vermelhinha, bem docinha, assim como as mangas e cajus, nossa, quanta fruta tinha ali, e a casa de farinha, o açude e as galinhas, amo aquilo tudo, certa vez, fomos visitar minha bisavó Maroca, a Dinha como chamávamos, chegando lá, entre os pedidos de bença vó e o burburinho, família grande, muitos primos, sempre uma festa os reencontros, fomos atacados por abelhas arapuá, foi uma correria, elas não tem ferrão, mas se enrolam nos cabelos e zumbem alto nos ouvidos, quantos gritos e correria, mais uma comédia pra contar e rir. Uma outra vez, fomos buscar uma turma que chegou depois de ônibus, já noitinha, era uma caminhada boa até a estrada estadual, caminho de terra batida, cheiro gostoso de mato e bosta de vaca, rsrs, eu sei, só é cheiroso pra quem curte o barato todo, sem eletricidade, céu estrelado e sons estranhos, piados, mugidos, e sempre tem um contador de histórias, tínhamos um, o peste foi contando que havia uma casa onde havia morrido uma pessoa, que nas noites sem luar costumava aparecer, foi e voltou com essa prosa, os mais corajosos, todos rindo, os medrosos, aperreados, na volta, já chegando na porteira ele olhou pra última casa da estrada e falou, "é essa aí", e em seguida gritou, "olha ele", parei de correr na varanda da casa principal, só depois vim perceber alguns arranhões, na hora do medo, atravessei a cerca de arame farpado, não me pergunte como, e o miserável não parou de rir tão cedo, aliás, a crise de riso foi geral, até quem não tinha ido estava rindo, sem entender o motivo da balbúrdia, tempo bom, onde minhas preocupações eram roupa, perfume e um lugar no carro dos primos pra sair. Hoje em dia ele ainda está lá, perdeu um pouco do encanto, agora a rodovia estadual comeu um pedaço, e separou uma parte dele, o jogou pro outro lado da estrada, não tem mais privacidade, e a segurança diminuiu, mais continuam na lembrança as comédias vividas no Sítio Maroca, homenagem à minha bisa, que já não está entre nós, estou ficando velho, já não tenho avós e nem pais, pra compensar, Deus me deu dois filhos, mas a infância deles não lembra nem de longe a minha, assim é a vida. um abraço à todos, fico aqui à ruminar, as histórias que vivi.

sexta-feira, 27 de março de 2015

FAMÍLIA

     Tenho dificuldade em conviver com pessoas áridas de sentimentos, fico chocado com certas atitudes de desprendimento de algumas pessoas para com outras, como aqueles casais que se separam e um dos dois se distância também dos filhos, o amadurecimento é um processo que leva toda a vida, e eu venho pensando cada vez mais, refletindo sobre essas coisas, sobre a estupidez de alguns, o individualismo de outros, as palavras duras que escuto, e que de tanto ouvir, me pego disparando também, e sabe de uma coisa, somos frutos do meio em que vivemos, e se não formos salvos por alguém ou por nossa própria força de vontade, acabamos como a maioria com quem convivemos. Deus é importante nesse processo de mudança, sem ele fica tudo mais difícil, porque só damos o que recebemos durante nossas vidas, falo de amor, atenção, união, amizade, solidariedade, empatia, sorrisos e abraços, tive tudo isso dos meus pais, uma família daquelas de filmes com final feliz, hoje eles já não estão mais aqui, dormiram no Senhor, mais ficou o ensinamento, através dos conselhos e das suas atitudes, daí a minha dificuldade, pareço ter vivido numa redoma, e agora tenho que me adaptar a rusticidade da vida e das pessoas, sinto não poder reeditar essas vivências junto com os meus filhos, divorciado duas vezes, não tive a competência do meu pai, e aí é complicado, a criança passa a ter dois tipos de visões, dois tipos de educação, tenso, mais tento, converso, abraço, digo que amo, ajudo no que posso e sou amigo. E assim, compreendo as atitudes de alguns, muitos tiveram famílias complicadas, o alcoolismo dos pais, a falta de recursos financeiros, a vida na rua, solto na buraqueira, como se diz por aí, sem estudar, às vezes sem pai, às vezes sem mãe, às vezes abandonados, e às vezes o contrário, tem tudo que o dinheiro pode comprar, mas não tem amor e atenção, e também tem aqueles que são grosseiros, mal educados, dissimulados e de coração mal, fruto ruim, natureza má, veio no chip, a falta de escrúpulo, a malignidade. Assim são os seres humanos, se você tem uma família, valorize, lute por ela, mude atitude se for necessário, cuide dos seus filhos com amor, são presentes de Deus, se estão dando trabalho, faça o máximo que você puder para ajudar, diga não ao divórcio, e busque a felicidade através dessa união, família é instituição do Senhor pra abençoar e não o contrário. um grande abraço à todos, até a próxima.

INFÂNCIA

     Quase posso sentir o cheiro da comida da minha mãe no fogão de 4 bocas, lembro bem da casa que morávamos no bairro da Piedade, aqui mesmo, na minha Fortaleza, cidade do meu chenhenhein, como dizia um antigo locutor de uma rádio local, o grande corredor, cheio de portas que levavam aos quartos, os quais eram todos interligados por outras portas, a rua Joaquim torres, uma reta só até meu colégio, o Salesiano Piedade, ou Dom Bosco, enorme, duas quadras e corredores largos, nos organizávamos para cantar o hino nacional e depois para a sala de aula, no recreio tinha um espaço para jogos de tabuleiro, xadrez, gamão, damas, era um colégio de padres, até hoje ainda tem uma linda e bem cuidada igreja, lembro com saudade tudo que vivi ali, os colegas, a primeira namorada, o primeiro beijo, ah, que tempo bom. Tive uma infância feliz, eram outros tempos, outra realidade. Essa é minha primeira publicação, vai ser gostoso relembrar episódios cômicos e inusitados da minha vida com vocês, sejam bem vindos ao meu mundo, um grande abraço, até mais.