quarta-feira, 2 de setembro de 2015

Destino: Natal

     Natal, Rio Grande do Norte, sinônimo de praia, sol e diversão, viagem rápida de avião, não dá nem tempo de ter medo, eu porém, fiz esse passeio várias vezes em turismo rodoviário, atuando como guia, melhor profissão que já tive, eram cerca de 8 horas de viagem, parada estratégica em Lajes-RN, ponto de apoio com banheiro, lanche e refeição, saíamos às 22 horas e amanhecíamos o dia na entrada da cidade. Aí começava a diversão, tudo controlado no relógio, ironia, logo eu que odeio hora marcada, na estrada eu era o senhor do tempo, aliás, o Guia de Turismo é uma espécie de comandante do navio, rsrs, o último que dorme, o primeiro que acorda. A primeira atividade era o City Tour, seguido pelo almoço, geralmente no Restaurante Mangaio, mais de 40 opções no Self service, restaurante regional, uma das opções que chamam atenção é o suvaco de cobra, rsrs, espécie de farofa, entre outras, também curiosas, à noite íamos a Cervejaria Continental, boate animadíssima, outras opções eram a Praia dos Artistas, a boate Hooters, entre outras. Pela manhã, as opções eram, ainda são, na verdade, o maior cajueiro do mundo, em Pirangi, local onde pode-se fazer um passeio de barco, muito agradável, outra praia é a de Ponta Negra, pra todo lado, a gastronomia é rica e diversificada, tem também a Praia de Genipabu, eita, rsrs, lá é onde encontramos os dromedários, espécie de camelos, usados pra fazer passeios e fotos engraçadas, rsrs. Amo esse destino que nos presenteia, ainda, com uma praia espetacular onde passei o reveillon por 8 vezes, que é a Praia da Pipa, cerca de 82 km de Natal, lá pode-se fazer um passeio de barco pela báia dos golfinhos, onde se os mesmos não forem vistos, devolvem seu dinheiro, eles sempre estão lá, lindos, e a passagem do ano se dá de forma tranquila e festiva, saudade de Natal, saudade das estradas desse lindo país.

domingo, 31 de maio de 2015

SOLIDÃO

     Cresci numa família grande e unida, dessas que comemora todos os aniversários, inclusive os dos cachorros e dos coqueiros, tudo pra ficar juntos, e assim eu cresci, cercado de amigos e familiares, após a morte de nossa matriarca, minha vó Zabel, mulher forte, vaidosa, um amor de pessoa, tudo começou a mudar, as festas rarearam, e nos afastamos um pouco, e eu na estrada, cada vez mais isolado, porém rodeado por amigos e parceiros do trade turístico, um dia, numa viagem de Réveillon à Natal, eu adoeci de pancreatite, e parei de viajar, e a vida seguiu seu curso, algum tempo depois minha mãe adoeceu, e foram dois anos de luta contra um câncer de pulmão, ela faleceu em abril de 2014. Minha família continua se amando mutuamente, mas se reunindo só em casamentos ou funerais, perdi boa parte dos "amigos" quando parei de beber, quando minha vida financeira decaiu, perdi outra parte, hoje em dia minha vida se resume a trabalhar num escritório da família, e a dormir, saio pouco, e minhas amizades são raras, quando falo amigo, é sobre aquelas pessoas que são para todas as horas, na alegria e na tristeza, enfim, isso é mais um desabafo que uma crônica, como diz meu filho de nove anos, "tá chato", finais de semana curtidos na cama, tem é piorado.

sábado, 2 de maio de 2015

O MAR

           Eu era pra ser químico, fui me inscrever para o vestibular da Escola Técnica Federal do Ceará, visando uma vaga no curso de Química, mais aí houve uma palestra sobre os cursos, pensei, vou assistir, quem sabe eu não mudo de ideia, e mudei. Entrei no auditório mesmo na hora em que estavam falando sobre o curso de Turismo, fiquei encantado, animado mesmo, vislumbrei o que de fato aconteceu alguns anos depois, meu escritório era a praia, e o mundo perdeu um grande e gordo químico, motivado, passei logo na primeira tentativa, foram os melhores anos da minha vida, estávamos em 1992 ou 1993, nem lembro, só sei que depois de muita curtição, lágrimas e sorrisos bêbados, embarquei, praticamente um ano como guia de turismo no destino brasileiro mais conhecido na Europa, Jericoacoara, o ano era 1996, e eu amei cada viagem, aprendi muito, cresci, amadureci, depois comecei a viajar como guia de turismo nacional, e uniram se o útil e o agradável, meu escritório era esse imenso e lindo litoral, Natal, João  Pessoa, Recife, Maceió, Salvador, Porto Seguro, lindas cidades banhadas pelo mar, valeu a pena estudar, oh país lindo esse nosso Brasil.

sábado, 28 de março de 2015

SÍTIO MAROCA

     Minha família tem um sítio no município de Cascavel, aqui, próximo à Fortaleza, e quando eramos mais jovens íamos muito lá, passávamos fins de semana e feriados, huuuuum, são tantas lembranças boas, Siriguela vermelhinha, bem docinha, assim como as mangas e cajus, nossa, quanta fruta tinha ali, e a casa de farinha, o açude e as galinhas, amo aquilo tudo, certa vez, fomos visitar minha bisavó Maroca, a Dinha como chamávamos, chegando lá, entre os pedidos de bença vó e o burburinho, família grande, muitos primos, sempre uma festa os reencontros, fomos atacados por abelhas arapuá, foi uma correria, elas não tem ferrão, mas se enrolam nos cabelos e zumbem alto nos ouvidos, quantos gritos e correria, mais uma comédia pra contar e rir. Uma outra vez, fomos buscar uma turma que chegou depois de ônibus, já noitinha, era uma caminhada boa até a estrada estadual, caminho de terra batida, cheiro gostoso de mato e bosta de vaca, rsrs, eu sei, só é cheiroso pra quem curte o barato todo, sem eletricidade, céu estrelado e sons estranhos, piados, mugidos, e sempre tem um contador de histórias, tínhamos um, o peste foi contando que havia uma casa onde havia morrido uma pessoa, que nas noites sem luar costumava aparecer, foi e voltou com essa prosa, os mais corajosos, todos rindo, os medrosos, aperreados, na volta, já chegando na porteira ele olhou pra última casa da estrada e falou, "é essa aí", e em seguida gritou, "olha ele", parei de correr na varanda da casa principal, só depois vim perceber alguns arranhões, na hora do medo, atravessei a cerca de arame farpado, não me pergunte como, e o miserável não parou de rir tão cedo, aliás, a crise de riso foi geral, até quem não tinha ido estava rindo, sem entender o motivo da balbúrdia, tempo bom, onde minhas preocupações eram roupa, perfume e um lugar no carro dos primos pra sair. Hoje em dia ele ainda está lá, perdeu um pouco do encanto, agora a rodovia estadual comeu um pedaço, e separou uma parte dele, o jogou pro outro lado da estrada, não tem mais privacidade, e a segurança diminuiu, mais continuam na lembrança as comédias vividas no Sítio Maroca, homenagem à minha bisa, que já não está entre nós, estou ficando velho, já não tenho avós e nem pais, pra compensar, Deus me deu dois filhos, mas a infância deles não lembra nem de longe a minha, assim é a vida. um abraço à todos, fico aqui à ruminar, as histórias que vivi.

sexta-feira, 27 de março de 2015

FAMÍLIA

     Tenho dificuldade em conviver com pessoas áridas de sentimentos, fico chocado com certas atitudes de desprendimento de algumas pessoas para com outras, como aqueles casais que se separam e um dos dois se distância também dos filhos, o amadurecimento é um processo que leva toda a vida, e eu venho pensando cada vez mais, refletindo sobre essas coisas, sobre a estupidez de alguns, o individualismo de outros, as palavras duras que escuto, e que de tanto ouvir, me pego disparando também, e sabe de uma coisa, somos frutos do meio em que vivemos, e se não formos salvos por alguém ou por nossa própria força de vontade, acabamos como a maioria com quem convivemos. Deus é importante nesse processo de mudança, sem ele fica tudo mais difícil, porque só damos o que recebemos durante nossas vidas, falo de amor, atenção, união, amizade, solidariedade, empatia, sorrisos e abraços, tive tudo isso dos meus pais, uma família daquelas de filmes com final feliz, hoje eles já não estão mais aqui, dormiram no Senhor, mais ficou o ensinamento, através dos conselhos e das suas atitudes, daí a minha dificuldade, pareço ter vivido numa redoma, e agora tenho que me adaptar a rusticidade da vida e das pessoas, sinto não poder reeditar essas vivências junto com os meus filhos, divorciado duas vezes, não tive a competência do meu pai, e aí é complicado, a criança passa a ter dois tipos de visões, dois tipos de educação, tenso, mais tento, converso, abraço, digo que amo, ajudo no que posso e sou amigo. E assim, compreendo as atitudes de alguns, muitos tiveram famílias complicadas, o alcoolismo dos pais, a falta de recursos financeiros, a vida na rua, solto na buraqueira, como se diz por aí, sem estudar, às vezes sem pai, às vezes sem mãe, às vezes abandonados, e às vezes o contrário, tem tudo que o dinheiro pode comprar, mas não tem amor e atenção, e também tem aqueles que são grosseiros, mal educados, dissimulados e de coração mal, fruto ruim, natureza má, veio no chip, a falta de escrúpulo, a malignidade. Assim são os seres humanos, se você tem uma família, valorize, lute por ela, mude atitude se for necessário, cuide dos seus filhos com amor, são presentes de Deus, se estão dando trabalho, faça o máximo que você puder para ajudar, diga não ao divórcio, e busque a felicidade através dessa união, família é instituição do Senhor pra abençoar e não o contrário. um grande abraço à todos, até a próxima.

INFÂNCIA

     Quase posso sentir o cheiro da comida da minha mãe no fogão de 4 bocas, lembro bem da casa que morávamos no bairro da Piedade, aqui mesmo, na minha Fortaleza, cidade do meu chenhenhein, como dizia um antigo locutor de uma rádio local, o grande corredor, cheio de portas que levavam aos quartos, os quais eram todos interligados por outras portas, a rua Joaquim torres, uma reta só até meu colégio, o Salesiano Piedade, ou Dom Bosco, enorme, duas quadras e corredores largos, nos organizávamos para cantar o hino nacional e depois para a sala de aula, no recreio tinha um espaço para jogos de tabuleiro, xadrez, gamão, damas, era um colégio de padres, até hoje ainda tem uma linda e bem cuidada igreja, lembro com saudade tudo que vivi ali, os colegas, a primeira namorada, o primeiro beijo, ah, que tempo bom. Tive uma infância feliz, eram outros tempos, outra realidade. Essa é minha primeira publicação, vai ser gostoso relembrar episódios cômicos e inusitados da minha vida com vocês, sejam bem vindos ao meu mundo, um grande abraço, até mais.